Fazendo compras na J-beauty com Carly Rae Jepsen

Brennan Kilbane para a Allure

Carly Rae Jepsen é como uma bola de pinball muito doce pulando para todos os lados na loja de beleza em Chinatown, fazendo mil observações por minuto. A loja tem o tamanho de um dormitório de faculdade, estocada com garrafas coloridas de produtos importados do Japão e da Coréia: cada centímetro do espaço que não está ocupado por um corpo humano, está por algum produto, incluindo gel para cabelos masculinos, cílios de ídolos de J-pop e um combo de produtos que prometem reduzir a celulite durante a noite. “Sinto como se estivesse em Tóquio”, diz Jepsen. Seus olhos, do tamanho de mangás, escaneam uma fileira de máscaras faciais com animais impressas nelas. Será que você seria mais um cachorro, o pacote pergunta, ou seria um gato? Jepsen considera suas opções por meio milésimo de segundo antes de seguir para o seu próximo desafio: “as coisas gosmentas”.

“Você acha que eles tem as coisas gosmentas?”, ela pergunta. “Minha mãe adora elas.” (Não fica claro que tipo de coisas gosmentas ela quis dizer, ou se ela chegou a encontrá-las).

Como cantora e compositora, Jepsen é muito grande no Japão. (Não em tamanho: ela tem cerca de 1 metro e 57 centímetros, não é grande em lugar nenhum). O país a abraçou muito cedo, graças às harmonias chicletes e doces de sua música e o apelo cultural que sua apresentação adorável tem. Foram dos hinos — Call Me Maybe e I Really Like You — que levaram Jepsen às casas e ouvidos de todas as pessoas na América. O mais recente apareceu em seu álbum de 2015, Emotion. Este ano, ela seguiu com o Dedicated, um manifesto exuberante com 15 faixas na arte de música pop. Críticos concordam: o álbum arrasa.

Emotion foi o tipo de disco que transforma um segundo lugar no Canadian Idol em uma queridinha do indie pop críticamente aclamada — e em algum ponto entre aquela época e agora, Jepsen se transformou de morena com franjas à um curtinho platinado, efetivamente anunciando a sua entrada no cânone da música pop. Durante o caminho, ela aprendeu muitas coisas. Entre elas, “Lápis de olho castanho escuro. Aprendi que preto nem sempre é a resposta.”

“Eu fiquei meio viciada na sensação que é transformar a si mesma e o que isso faz com a sua confiança.”

Por que loiro? “Sabe de uma coisa? Cyndi Lauper, as garotas querem apenas se divertir”, ela diz rindo. “Mas eu fiquei meio viciada na sensação que é transformar a si mesma e o que isso faz com a sua confiança, até mesmo o seu senso de identidade. Te proporciona a habilidade de meio que brincar com isso e não ter nenhuma expectativa em como você deve ser. Eu era muito uma garota comum — cabelo castanho, as franjas de segurança, nunca mudava nada. A primeira vez que eu tentei uma cor diferente, me senti como uma nova pessoa”.

“Qualquer coisa que cheire como rosas me lembram da minha mãe. É nostálgico.”

Jepsen ocupa o raro nicho das celebridades. Ela tem fãs suficientes para esgotar shows regularmente, mas ainda há muito a conquistar até chegar ao nível de reconhecimento que destruiria qualquer chance de comprar coisas para manicure em uma tarde de terça-feira em Manhattan. Os únicos lugares que ela não pode entrar em segurança pertencem a sua fã-base mais ávida: a dos homens gays. Uma vez, quando ela e seu namorado estavam fazendo compras, ela viu um show de moda acontecendo em uma loja de drags e foi investigar. “Ele ele me tirou de lá muito devagar. Disse, você será comida viva.” Seu rosto se transforma em risos. “E eu tipo, mas eu quero aquela peruca!”.

O que traz Jepsen a ser impassional em um estilo de cabelo favorito: o mullet.

Veja seu clipe para Boy Problems, dirigido por Petra Collins, e testemunhe o casamento de negócios e festas bem em sua frente. Jepsen ama o mullet — ela cortou assim pela primeira vez em 2016. É um capítulo ao qual ela gostaria de retornar, em forma de peruca ou esculpido em seu próprio cabelo, e seu argumento a adotar o look é muito convencente.

“Não tem como errar. Se estiver muito curto, você acorda, joga um gel na frente e o resto parece que foi decisão sua, e isso pra mim é muito legal”, ela diz. “E talvez seja históricamente não muito atrativo para algumas pessoas, mas há algo forte nisso que eu francamente amo, porque combinado com maquiagem faz você se sentir — não sei, eu sempre me senti muito empoderada enquanto tinha. Não sei se quero ser Goldilocks. Quero ser ousada.”

Muitos músicos, especialmente no pop tradicional, consideram a aparência pessoal uma garantia de seus valores. Lauper e Madonna foram referências músicais para o Emotion, e Dedidcated toma parte disso em Donna Summers. Mas para Jepsen, não há distância entre performer e pessoa, estéticamente ou qualquer outra coisa. Ela é a mesma pessoa quando está abrindo shows para Katy Perry ou quando está aparecendo em Grease: Live! ou quando está fazendo compras em Chinatown.

“Meu lado teatral no palco é apenas quem eu sou”, ela conta. Ao mesmo tempo em que está encarando um nicho de cílios postiços. “Eu não quero fazer aquela coisa tipo a Beyoncé que é, agora eu sou a Sasha Fierce. Eu sou… apenas eu mesma, sempre.”

Então Jepsen se dá conta de uma nova prateleira de máscaras faciais que havia passado despercebida e, antes que eu possa responder, ela já seguiu em frente.

Jepsen gastou um total de 160 dólares na oo35mm em Chinatow, Nova York. Veja a lista de produtos completa aqui.

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Postado por Douglas Vasquez

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